Coração na cruz – altar particular

Tua dúvida não é se me amas ou não. Sei que teu sentimento por mim é muito claro. Tua indecisão é se deves revelar-me como tu me guardas em teu coração: com amizade singela ou com amor romântico.


Lembro-me lacrimosamente de quando tu me pediste para apagar a luz e puseste “meu frágil coração na cruz”, no teu “penoso altar particular”. Um lugar quase inatingível: onde tua vista alcança meu coração, mas tu não podes tocar nele. Por que o medo do toque? Acaso, inevitavelmente, acabarias admitindo com teu corpo aquilo que tuas palavras tentam silenciar?

Meu bem, tira meu coração do altar. Arranca-o logo da cruz. Não suporto o sacrifício. Dize-me o que, de fato, sentes por mim. Já despetalei várias flores tentando encontrar a resposta. (Texto de Valdeir Almeida)


Texto inspirado na música de Maria Gadú, Altar Particular, que traz versos memoráveis, como estes:

Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
No teu penoso altar particular
........................................................................................

E então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós
......................................................................................

Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que chamo de amor




Letra, música e interpretação de Maria Gadú



(Texto de Valdeir Almeida)
 


14 comentários:

  1. Olá Valdeir
    Nada pior que viver na dúvida sobre o sentimento de alguém para conosco. Angustiante.
    Grande abraço

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  2. Ambos lindo. O que escreveu e o que a musica diz.
    Amei!
    com carinho Monica

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  3. Bonito, deixa o coração liberto. Um abraço, Yayá.

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  4. A emoções e suas complexidades! Quando o nosso coração está no altar de outrem, nos sentimos impotentes; mas se o fato for recíproco, não há o que temer: só o que viver (o que tod@s esperamos).
    Boa intertextualidade, Val!
    Espero por outras...!
    Té!

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  5. Uma bonita forma de falar de amor e você com a música conseguiu se inspirar para complementar este momento em que a duvida está presente.
    Um abraço.

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  6. Lindas linhas transcritas, parabéns!
    Seja sempre bem vindo meu querido amigo!
    Beijos, ótima semana a vc.

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  7. Saudações!
    Amigo VALDEIR:
    Todas as duas peças decoradas pelo amor são fascinantes. Belas.
    Mas, com sinceridade, quando terminamos de lê-las parece que o coração é invadido por uma força benfeitora despertando-nos para a ternura imprescindível para vermos a nós e ao próximo com muito mais amor.
    Parabéns por mais um excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

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  8. Lindo demais!!!!!

    como é bom escrever o que se sente...e ter como inspiração uma canção tão bela...


    meu carinho...desejo que sua semana seja ótima...

    Zil

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  9. Olá Valdeir,

    Em relação ao desafio, tudo na boa! Sem qualquer problema. :)

    Um abraço!

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  10. Profundo demais a união do texto com a música. Brotou do coração sua inspiração. Obrigada pelas palavras deixada em meu blog. Uma ótima semana pra você. Bjs.

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  11. Ando meio sumido, mas olha eu por aqui! Tudo bem?
    Linda música e um lindo texto. Gostei! Meus parabéns!

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  12. Adorei! Somos assim inseguros, querendo sempre mais a prova que somos amados.Deixar de lado este sentimento e viver plenamente conforme as circunstâncias e o momento clareia a alma e alimenta o coração.Ser feliz de nós depende.Grandes voos.Um forte abraço Eloah

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  13. Querido Valdeir,

    Só você mesmo para me fazer apreciar algo feito por Maria Gadu (não gosto de sua músicas, nem a considero isso tudo que a mídia diz; para mim, não passa de "blá-blá-blá"!).
    Porém, eis o mérito inteiro seu, ao inspirar-se em uma letra que admito bela dessa moça, pondo você o jogo nas letras, como tão sobriamente sempre faz!
    É uma grandiosa construção, que tem em mim, as minhas mais enfáticas reverências!
    E um dos comentários de seus leitores trouxe uma informação dadivosa, que repito aqui, sobre sermos sempre inseguros quando amamos, numa sede insaciável que temos de prova de sentimento.
    Tudo muito claro: é amizade ou é amor (adorei isso em seu texto!), mas há sempre uma entrelinha no que sentimos, que nos empurra para a solidão de achar que há um segredo inconfessável por parte do outro.
    Inventamos um mistério que não existe; é apenas nossa loucura de sermos correspondidos.
    Mas fazer do amor um Deus adorado em altar, que é "intocável" e santo, nos deixa deprimidos porque preferimos o paganismo do amor comum, sem idolatria, mas um sentimento real!

    Bem, querido, sabe que acabo me empolgando e escrevendo um comentário-post! rsrsrs
    Páro por aqui, então!

    Grande beijo!
    Adorei de verdade seu post!!!!

    Mary:)

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