Novelas brasileiras contribuem para queda de natalidade

Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Centro de Investigação Econômica de Londres.


Segundo o estudo, as brasileiras estão tendo menos filhos, porque imitam as personagens que têm famílias pequenas nas telenovelas.

Em minha opinião, essas conclusões não têm base científica nem respaldo sociológico consistente. Trocando em miúdos, é uma pesquisa apenas para “inglês ver” e continuar afirmando que o Brasil é um país que vive pautado em telenovelas, tipo de programa considerado inferior.
No texto abaixo, irei apresentar alguns pontos do estudo e os meus respectivos comentários.

As investigações “revelaram” (!?) que as mulheres têm menos filhos, porque se espelham nos personagens de telenovelas (cujas famílias são pequena) e não pelo fato de ficarem muito tempo assistindo a elas.
Conforme os autores do estudo, o índice de natalidade no Brasil caiu de 6,3 filhos por mulher em 1960, para 2,3 em 2000.

Não é a influência das telenovelas que colaboram para a queda de natalidade, mas, sim, outros fatores, como: o uso cada vez mais freqüente de métodos anticoncepcionais; a melhor educação dos pais (que se conscientizam dos altos custos de manter um filho); a emancipação feminina (estudos comprovam que é muito grande o número de mulheres que não têm filhos, ou têm apenas um, para priorizar a carreira); etc.


Curiosamente, as novelas importadas do México e transmitidas em outros canais de TV (leia-se SBT), produzem o mesmo efeito.

Se as telenovelas brasileiras – tão entranhadas na cultura do nosso país – não influenciam na escolha do número de filhos, a contribuição dos folhetins mexicanos nesse sentido está absolutamente descartada. De fato, houve um longo período em que a TV mexicana tinha bastante audiência nas telinhas do Brasil, mas isso não fez com que, por exemplo, as brasileiras andassem com aquelas maquiagens pesadíssimas que as mexicanas costumam usar. Se fosse o cinema americano, talvez, houvesse essa influência.


O Centro de Investigação de Política Econômica analisou também a influência das telenovelas da Globo para escolha dos nomes que as brasileiras dão aos filhos.

Nisso, concordo. Nem precisa fazer uma investigação para comprovar isso. O nome Elisângela, por exemplo, era exclusivo de uma atriz (conjunção dos nomes de seu pai e de sua mãe). Seu primeiro trabalho na TV começou com um grande sucesso. No mesmo período, esse nome proliferou entre as recém-nascidas, e hoje já se transformou em um nome muito comum.

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