Igual-Desigual – Diálogo com Carlos Drummond de Andrade


Igual-Desigual

Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinho são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais.

.........................................................................................................................
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou
coisa.
Não é igual a nada.
Todo ser humano é um estranho
ímpar



Drummond,

Hoje as coisas (e bichos também) continuam iguais. Mas o homem mudou, não é mais ímpar: está invadindo o território das coisas e tornando-se como elas.

Agora, poucas vezes se pergunta como a pessoa está, do que gosta e o que sente. O mais importante é o que se possui. TER um carro do ano é mais imprescindível do que SER gente.

Portanto, Drummond, atualmente,

O homem é igual a qualquer outro homem e coisa.
É igual a tudo.
É ser previsível:
comum



22 comentários:

  1. Drummond é Drummond... Eis o meu Rei... Meu "muso" inspirador apesar de eu nem chegar perto do que ele escreve...

    Excelente postagem Valdeir...

    Abração...

    ResponderExcluir
  2. Lamentável! Mas real. Bela atualização do poeta.
    Ser é grande, ter passa.
    É preciso ser para ter o entendimento.

    Abração, meu amigo.

    Bom que esteja de volta!!!!

    ResponderExcluir
  3. Olá amigo
    O homem está se tornando padronizado pela mídia e pelo desejo de ter. As individualidades estão ser tornando cada vez mais coletivas.
    Abração

    ResponderExcluir
  4. Pode até ser igual, mas com cabeça diferente... Beijos Amelia

    ResponderExcluir
  5. É Valdeir! E esta vontade de tudo ter, está o afastando de ser.

    De "ser" uma pessoa com caráter e valor.

    Abraços

    ResponderExcluir
  6. Realmente, viramos um cultura de massa, e com tal, padronizado e iguais...

    Fique com Deus, menino Valdeir.
    Um abraço

    ResponderExcluir
  7. Parabéns pelo post!!! Com o avanço da sociedade capitalista, passamos da condição de pessoa (ser humano) para consumidores. Prova disso, é a realidade de setores fundamentais como Educação e saúde que cada vez mais funcionam como grandes empresas fornecedoras de serviços. Grande abraço!!!

    ResponderExcluir
  8. Valdeir!

    Tentei completar o seu diálogo sobre o 'homem'. Mas soou como se eu estivesse falando para você. Vi agora, não tome como assim a interpretação. Não estavaa falando de você ok?

    O texto é bom e reflexivo. E me desculpe se fui muito genérico.

    ResponderExcluir
  9. Meu caro Valdeir, é a própria poesia que nos "desformata" e revela o um do múltiplo e o múltiplo do um. Ela mesma, com seu poder desconcertante de provocar compreensões nos faz acreditar que, mesmo diante de tantas forças de padronização, o homem, quando mergulha em si, descobre-se único, diverso de tudo e de todos que o cercam.

    Parabéns pela postagem!

    Um forte abraço.

    ResponderExcluir
  10. Drummond conseguia uma clareza com as palavras de fazer inveja. Ainda acho que ele é atual, concordo, apesar de o homem se massificar, ele continua ímpar.
    Grande abraço!

    ResponderExcluir
  11. Neto,

    Não se preocupe, não. Eu entedi o que você quis dizer.

    Abraços e ótimo final de semana.

    ResponderExcluir
  12. E mais uma vez, você está coberto de razão, meu amigo.
    Ficamos felizes com seu e-mail. Eu e San esperamos que esteja tudo bem.

    Ótimo fim de semana pra vc.
    Deus seja contigo!

    ResponderExcluir
  13. O capitalismo - cada vez mais voraz - tem nos levado a pensar e respirar dinheiro - o ter. Está impresso na nossa alma (sobretudo, nós do ocidente). Desarraigar isso do nosso ser é desafio constante, inquietante e, claro, saudável para a humanidade e o mundo; ou então, coisificamo-nos.

    Incisivo texto! Boa releitura de Drummond, caro Val!

    ResponderExcluir
  14. Eu concordo com vcs, mas acho o Tarantino um fodástico diretor de cinema rs
    abraços!

    ResponderExcluir
  15. Gostei do post.
    Fomenta a discussão sobre a igualdade. Sem querer relativisar as coisa, mas ainda sim o fazendo, diria o homem se converge e diverge no que tange a este aspecto de igualdade. Prefiro ver todo os homens como iguas e comuns a sí próprio. No entanto diversos fatores me levam a enteder que cada homem é um ser estrano e "ímpar", sejam, por exemplo, no que diz respeito a religião, ideologias ou aspirações artíticas e etc...

    Parabéns Valdeir! Bom final de semana!

    ResponderExcluir
  16. Esse é o grande Drumond, sempre vivo e antenado com o nosso mundo real!
    Meus parabéns pela escolha do texto e um grande abraço!

    ResponderExcluir
  17. Como sempre suas postagens, são maravilhosas, parabéns. Os homem podem serem iguais , mas com comportamentos totalmente diferentes.
    Grande Drummond de Andrade,sempre claro e objetivo nos seus textos.
    Beijos Valdeir, ótimo domingo e maravilhosa semana a vc.

    ResponderExcluir
  18. há esperança Valdeir, enquanto algumas vozes disserem não a esse processo de "coisificação".

    ResponderExcluir
  19. Valdeir
    caríssimo
    "... é ser previsivel, comum"
    acredito muito nesta frase. Infelizmente, estamos perdendo a nossa tão querida individualidade e o nosso jeitinho especial de ser.
    é uma pena.
    mas, eu sou teimosa, não desisto, empaco e continuo sendo eu mesma.
    beijinho
    ah, tem um selinho pra você no http://www.tocdemenina.blogspot.com
    abraços

    ResponderExcluir
  20. Valdeir, não ouso discordar de vc. Pena, né? Tem um selo da campanha contra bullying no Mãe é tudo igual pra vc.

    bjs

    ResponderExcluir
  21. Ah o Drummond!
    Seu blog está de parabéns, estou sempre por aqui.
    Belos textos.
    Um beijo.

    ResponderExcluir