Onde estão meus olhos

Meu poema favorito de Carlos Drummond de Andrade é “O Elefante”. Nele, o poeta conta em versos a história do animal que construiu e deu sopro de vida. Mas não o prendeu; deixou que saísse e desbravasse o mundo.

É justamente a saga do elefante no mundo que está o clímax do poema. Os olhos do elefante se transformaram nos olhos do poeta. Ele queria acompanhar a vida com olhar diferente; olhar do outro.

Também construímos nossos “elefantes” para acompanhar o mundo mediante outros olhares. Mas o “elefante” mais “bisbilhoteiro” é, sem dúvida, o livro. Através dos olhos do seu autor, conhecemos novas formas de ver a vida; adquirimos novos conhecimentos.

Abaixo, alguns trechos do poema:

Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio
....................................
Eis meu pobre elefante
pronto para sair
à procura de amigos
num mundo enfastiado
que já não crê nos bichos
e duvida das coisas.
...................................
E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
as patas já vacilantes
Se desmancham no pó.


Como dito, estes são apenas trechos do poema. Leia-o completamente (e outros poemas também) no livro A rosa do povo, da editora Record. Boa leitura.

Um comentário:

  1. Realmente são trechos convidativos a ler o livro.
    Gosto de livros que mostram a realidade de outro olhar, com outra perspectiva.
    Infelizmente são poucas as pessoas que buscam um orizote diferente, que tentam ultrapassar seus limites, e seguir sua estrada mesmo com debilitações.
    Obrigado Valdeir por se tornar um leitor do Espaço Blogger!
    Forte Abraço e até mais!

    Att. Espaço Blogger

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