CENA 2O personagem tem 8 anos. Está na escola há 4. Costuma promover pequenas maldades.
Nesta cena, na sala de aula, ele hostiliza um coleguinha, porque este usava uma quase imperceptível pulseira rosa. A diretora chama atenção do pequeno sádico, e telefona para a mãe dele. Ela, rindo – como na Cena 1 – alega que não tem tempo para ir à escola, e atenua o episódio dizendo: “Deixa essa besteira pra lá. Isso é coisa de criança”.CENA 3O personagem tem 15 anos. Já repetiu o ano letivo diversas vezes. Na escola, ao lado de alguns colegas, ele aterroriza os estudantes negros, nordestinos, homossexuais – entre outros. Chegou a ser detido uma vez e encaminhado para a delegacia de menores infratores, mas para alívio da mãe, foi logo liberado, protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nesta cena, ele agride um aluno portador de dislexia. Os funcionários da escola acodem a vítima, antes de acontecer uma tragédia maior. A diretora não tem a quem recorrer. A mãe do adolescente violento nunca deu importância às atrocidades do filho. E a polícia até que ajuda através da ronda escolar, mas a Justiça não dispõe de leis mais severas para coibir essa prática na escola.
CENA 4, FinalO personagem tem 26 anos. Possui um histórico de crimes que compreende, principalmente, agressão física e racismo. Suas vítimas do tempo da escola ainda tentam superar o trauma; e as atuais sabem que as cicatrizes das agressões corporais e emocionais tardarão a desaparecer.
Nesta cena, ele está na esquina com sua gangue aguardando a próxima vítima. (Texto de
Valdeir Almeida)
Prevenção e Combate
O bullying é um desvio de comportamento que deve receber atenção da família e da escola. Os pais precisam ficar atentos às primeiras manifestações de intolerância da criança e orientá-la a conviver pacificamente com quem é diferente dela. E se o desvio se instalar, transformando-se no bullying, eles devem enfrentar o problema, antes que seja tarde.Já o papel da escola é observar os casos sutis e explícitos da questão. Ela não deve considerar o bullying como brincadeira agressiva entre estudantes, mas como um problema sério que deve ser combatido, mediante palestras, debates, confraternizações etc. Desse modo, o aluno aprenderá a dividir tolerantemente o mesmo espaço com colegas que não atendem a padrões pré-estabelecidos.Se medidas preventivas e corretivas forem colocadas em prática, os roteiros das novas histórias podem ser diferentes. (Texto de
Valdeir Almeida)
Esta é minha contribuição para a blogagem coletiva
Chega de Bullying , promovida por Vanessa, do blog “
Mãe é tudo igual”.