Itaú–Unibanco, um novo monopólio na praça

Hoje à tarde, foi anunciada a fusão entre Itaú e Unibanco. Sendo um só, em que esses dois bancos se transformarão? Exatamente: em um monopólio econômico.
Antes de prosseguir a reflexão, é necessário recorrer aos dois conceitos de monopólio. Um é o oficial e está registrado nos dicionários: “Privilégio exclusivo de vender, fabricar, explorar, eleger produto ou serviço" (Dic. Houaiss). O outro conceito – o popular – geralmente é apresentado mediante o exemplo da Rede Globo, “dona” da maior audiência da TV brasileira.
As notícias da referida fusão demonstram que os dicionários é que estão corretos. Os dois bancos juntos terão o domínio exclusivo em seu ramo de negócio. Exclusivo, sim, pois, como serão a maior instituição financeira do Brasil, usufruirão de privilégios que seus concorrentes não conseguirão ter. Junte-se a isso o fato de os correntistas – os verdadeiros sustentáculos dos bancos – só hoje terem conhecimento da junção (a negociação entre o Itaú e o Unibanco durou 15 meses); situação peculiar de um monopólio que os dicionários não registram.
Esse verdadeiro monopólio em nada lembra o conceito popular da palavra. Há anos, acusam a Rede Globo de monopolizar a audiência. Nesse caso, porém, não se trata de monopólio propriamente dito, visto que a maioria dos espectadores assistia à TV dos Marinhos, porque era a única que detinha qualidade na programação. Logo, o que havia era falta de opção. Além disso, os telespectadores não eram obrigados a acompanhar essa emissora. Posteriormente, outras redes de TV passaram a investir agressivamente na própria grande de programação, resultando numa disputa mais acirrada com a emissora-líder.
Juntos, o Itaú e o Unibanco se transformarão no maior conglomerado de bancos no Brasil. Porém, eles não devem se iludir; assim como a Globo viu seus telespectadores migrarem para outras emissoras, os correntistas podem não se agradar desta fusão feita na calada da noite.

2 comentários:

  1. O Itaú sempre teve o maior lucro por patrimônio no Brasil, agora vai usar a mesma técnica com os clientes que eram do Unibanco, imagina onde vai parar.
    Com o grau de endividamento dos brasileiros é difícil fugir dos bancos.

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  2. concordo com meu amigo catarino..

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